Ainda pouco conhecida pela população em geral, a Doença de Crohn, que interfere no tubo gastrointestinal e que pode ser identificada partir dos 15 anos, tem chamado atenção pelos casos recentes de personalidades que relatam ter sido diagnosticadas com essa patologia. No Brasil, a prevalência das doenças inflamatórias intestinais chega a 100 casos para cada 100 mil habitantes no sistema público, sendo a maior concentração nas regiões Sudeste e Sul. A doença é autoimune e pode se manifestar em diferentes níveis de gravidade, sendo necessário acompanhamento médico.
O Dr. Cleyton Padilha Andrade, gastroenterologista da Rede Meu Doutor Novamed de São Paulo, sinaliza que, com orientação médica, é possível seguir uma rotina normal, apesar das limitações impostas. A doença pode se manifestar com dor abdominal, diarreia crônica, anemia, sangue nas fezes e perda de peso. De origem desconhecida, ela pode acometer qualquer parte do tubo digestivo.
“A Doença de Crohn requer uso de medicação regular, alimentação correta, não fumar, não consumir bebida alcoólica e praticar atividade física. As limitações impostas dependerão muito da aderência ao tratamento pelo paciente e da evolução da doença”, ressalta Dr. Cleyton. Ainda segundo ele, a patologia pode estar associada a outras doenças autoimunes e é mais comum em familiares próximos. “Existem teorias sobre a relação da doença com alimentação, vírus, estresse, microbiota, mas nada foi confirmado”, diz.
A Doença de Crohn está inserida na categoria de Doenças Inflamatórias Intestinais (DII), junto com a Retocolite Ulcerativa. Ela tem esse nome porque o médico Burril B. Crohn foi um dos três autores de um artigo publicado em 1932, que descreveu a doença. Como a autoria estava em ordem alfabética em relação aos sobrenomes, Crohn era o primeiro da lista e foi associado à doença.