Uma pesquisa de doutorado desenvolvida na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) revela dados preocupantes sobre perdas de energia em sistemas elétricos devido às falhas em equipamentos de medição ou irregularidades cometidas por consumidores, as chamadas Perdas Não Técnicas (PNT).

Realizado no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Elétrica, sob orientação do professor Edson Guedes, o trabalho de Rafael Barros resultou em um livro, publicado recentemente pela editora Interciência, do Rio de Janeiro.

"Quando iniciei o doutorado eu trabalhava em uma distribuidora de energia em que as Perdas Não Técnicas eram um dos desafios para a operação da concessão. Então, resolvi dedicar meu esforço no doutorado para estudar e desenvolver uma nova abordagem para o problema que pudesse aproveitar a crescente disponibilidade de dados por parte da distribuidora para aumentar a eficiência das ações realizadas", esclarece o autor.

Segundo ele, a obra, intitulada Gestão da Perda Não Técnica de Energia Elétrica, oferece informações detalhadas sobre o tema, uma fundamentação teórica e discute os principais impactos técnicos e econômicos para o sistema elétrico.

Dados apontam que o Brasil ocupa o segundo lugar no mundo com PNT, entre os países com maior produção de eletricidade. Cerca de 15,7% do total produzido é perdido no país, bem acima da média mundial, que é de 8,24%. A perda representa um impacto financeiro de 10 bilhões de dólares por ano.

"A metodologia proposta no livro pode ser utilizada por distribuidoras de energia elétrica para melhorar suas estratégias de gestão da perda não técnica de energia, propiciando um aumento de receita e a redução dos seus custos operacionais, o que beneficia toda a sociedade, por tabela", destaca o autor.